"Apodreceste-me. Apenas mantenho uma forma humana por cobardia e fabrico em meu redor um mundo melhor do que aquele que me deixas-te. Fico indignada com toda esta esquizofrenia, já não sei bem o que criar para te esquecer, pareço uma página solta do livro que escrevemos. Outras vezes até um cliché, o nosso amor comercializado, no fim só parecíamos duas pessoas sem coragem, sem essência! Feitas de raiva, de imaturidade, pobres em felicidade. Onde estávamos? Onde estava?
E acordei. E tu eras uma miragem de um erro, o slow motion de todo o meu intimo, as lembranças mais rebuscadas! A mulher invisível aos olhos mas sentida em qualquer plenitude orgânica. Eu bem tentei fazer de ti o veneno desta poção mas carrego em mim uma certa teimosia que não me deixa fazer de ti o meu mal.
Estou doente em amor. Não quero morrer, só quero ter esta doença - disse Madalena num tom desesperado, sem nada acrescentar com afecto, rasguei me dessa personagem, adormecia que nem uma arpa e passado tempo nenhum, nasci de novo. E adivinha!
Criei-te de novo."
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